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Bem vindos ao blog Divertindo na escola,no blog você encontra: fotos,desenhos para colorir e imprimir,dicas e idéias para suas aulas.

Retiramos umas imagens da internet e separamos para vocês,algumas nós criamos.

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Histórias

Sumário:1° Branca de neve e os sete anões.
              2° Cachinhos de ouro.
              3° Alice no país das maravilhas.
              4° A bela adormecida.
              5° O gato que chora.
              6° A coruja Julieta.
              7° A casa de madeira.
              8° De quem é este chapéu. 

Branca de Neve e os sete Anões

Há muito tempo, num reino distante, viviam
um rei, uma rainha e sua filhinha, a princesa Branca de Neve. Sua
pele era branca como a neve, os lábios vermelhos como o sangue e
os cabelos pretos como o ébano.
Um dia, a rainha ficou muito doente e morreu. O rei,
sentindo-se muito sozinho, casou-se novamente.
O que ninguém sabia é que a nova rainha era uma feiticeira
cruel, invejosa e muito vaidosa. Ela possuía um espelho mágico,
para o qual perguntava todos os dias:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela
do que eu?
— És a mais bela de todas as mulheres, minha rainha!
— respondia ele.
Branca de Neve crescia e ficava cada vez mais bonita,
encantadora e meiga. Todos gostavam muito dela, exceto a rainha,
pois tinha medo que Branca de Neve se tornasse mais bonita que
ela.
Depois que o rei morreu, a rainha obrigava a princesa a
vestir-se com trapos e a trabalhar na limpeza e na arrumação de
todo o castelo. Branca de Neve passava os dias lavando, passando e
esfregando, mas não reclamava. Era meiga, educada e amada por
todos.
Um dia, como de costume, a rainha perguntou ao espelho:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela
do que eu?
— Sim, minha rainha! Branca de Neve é agora a mais
bela!
A rainha ficou furiosa, pois queria ser a mais bela para
sempre. Imediatamente mandou chamar seu melhor caçador e ordenou
que ele matasse a princesa e trouxesse seu coração numa caixa.
No dia seguinte, ele convidou a menina para um passeio na
floresta, mas não a matou.
— Princesa, — disse ele — a rainha ordenou
que eu a mate, mas não posso fazer isso. Eu a vi crescer e sempre
fui leal a seu pai.
— A rainha?! Mas, por quê? — perguntou a
princesa.
— Infelizmente não sei, mas não vou obedecer a rainha
dessa vez. Fuja, princesa, e por favor não volte ao castelo,
porque ela é capaz de matá-la!
Branca de Neve correu pela floresta muito assustada,
chorando, sem ter para onde ir.
O caçador matou uma gazela, colocou seu coração numa caixa e
levou para a rainha, que ficou bastante satisfeita, pensando que a
enteada estava morta.
Anoiteceu. Branca de Neve vagou pela floresta até encontrar
uma cabana. Era pequena e muito graciosa. Parecia habitada por
crianças, pois tudo ali era pequeno.
A casa estava muito desarrumada e suja, mas Branca de Neve
lavou a louça, as roupas e varreu a casa. No andar de cima da
casinha encontrou sete caminhas, uma ao lado da outra. A moça
estava tão cansada que juntou as caminhas, deitou-se e dormiu.
Os donos da cabana eram sete anõezinhos que, ao voltarem
para casa, se assustaram ao ver tudo arrumado e limpo.
Os sete homenzinhos subiram a escada e ficaram muito
espantados ao encontrar uma linda jovem dormindo em suas camas.
Branca de Neve acordou e contou sua história para os anões,
que logo se afeiçoaram a ela e a convidaram para morar com eles.
O tempo passou... Um dia, a rainha resolveu consultar
novamente seu espelho e descobriu que a princesa continuava viva.
Ficou furiosa. Fez uma poção venenosa, que colocou dentro de uma
maçã, e transformou-se numa velhinha maltrapilha.
— Uma mordida nesta maçã fará Branca de Neve dormir
para sempre — disse a bruxa.
No dia seguinte, os anões saíram para trabalhar e Branca de
Neve ficou sozinha.
Pouco depois, a velha maltrapilha chegou perto da janela da
cozinha. A princesa ofereceu-lhe um copo d’água e
conversou com ela.
— Muito obrigada! — falou a velhinha —
coma uma maçã... eu faço questão!
No mesmo instante em que mordeu a maçã, a princesa caiu
desmaiada no chão. Os anões, alertados pelos animais da floresta,
chegaram na cabana enquanto a rainha fugia. Na fuga, ela acabou
caindo num abismo e morreu.
Os anõezinhos encontraram Branca de Neve caída, como se
estivesse dormindo. Então colocaram-na num lindo caixão de
cristal, em uma clareira e ficaram vigiando noite e dia,
esperando que um dia ela acordasse.
Um certo dia, chegou até a clareira um príncipe do reino
vizinho e logo que viu Branca de Neve se apaixonou por ela. Ele pediu aos anões que o deixassem levar o corpo da princesa para seu castelo, e prometeu que velaria por ela.
Os anões concordaram e, quando foram erguer o caixão, este caiu, fazendo com que o pedaço de maçã que estava alojado na garganta de Branca de Neve saísse por sua boca, desfazendo o feitiço e acordando a princesa. Quando a moça viu o príncipe, se apaixonou por ele. Branca de Neve despediu-se dos sete anões e partiu junto com o príncipe para um castelo distante onde se
casaram e foram felizes para sempre.









Cachinhos de Ouro

Era uma vez... uma menina chamada Cachinhos de Ouro. Ela gostava de passear pela floresta nas manhãs de primavera. Numa dessas manhãs, ela ia andando, andando, andando, quando avistou lá longe uma casinha. Curiosa, apressou o passo e logo, logo chegou bem perto.

Cachinhos de Ouro ficou encantada com a formosura da casa.

Mas nunca imaginaria que ali moravam o Senhor Urso, a Dona Ursa e o filhote do casal, o Ursinho.

Cachinhos de Ouro, ao ver que a casa estava fechada, espiou pela janela e viu que não havia ninguém. Deu uma volta ao redor da casa e nada, ninguém... Então, ela teve a certeza de que os donos daquela casa tinham saído.

Mas ela não queria voltar pra casa sem ver o que havia dentro daquela casinha. E com um forte empurrão, conseguiu abrir a porta e entrou. Na sala havia uma mesa com três pratros cheios de sopa. A menina, que estava com muita fome, sentou-se e rapidinho tomou a sopa.

Em seguida, ela sentou na cadeira do senhor Urso; depois, na cadeira do Dona Ursa e, por fim, na cadeirinha do Ursinho, que era a mais bonitinha e muito gostosa de se sentar. Logo que ela sentou, ela começou a se espreguiçar. Ah! Ah! Foi quando a cadeirinha... ploft... quebrou, e a menina foi ao chão.

Daí, Cachinhos de Ouro foi até o quarto e lá viu três camas. Deitou na cama do senhor Urso, depois na cama de Dona Ursa. E a caminha do Ursinho, assim como a cadeirinha, parecia a mais gostosa de todas pra se dormir. Não parou para pensar. Deitou-se nela e acabou dormindo suavemente.

A família Urso, que despreocupada passeava pela floresta, resolveu voltar. Ao chegarem, logo perceberam que alguém tinha tomado a sopa toda. Aí o Ursinho exclamou:

- Alguém tomou a minha sopa!

Viram depois que alguém tinha sentado em todas as cadeiras da casa. E imediatamente o Ursinho berrou:

- Minha cadeirinha está quebrada!

Os três olharam muito espantados e foram juntos para o quarto pra ver se alguma coisa tinha acontecido ali também. E o Ursinho gritou logo:

- Tem alguém dormindo na minha caminha!

Com os gritos do Ursinho, Cachinhos de Ouro acordou muito assustada... porque se viu frente a frente com toda a família Urso. Então, ela pulou da cama e, muito envergonhada, pediu desculpas e saiu correndo pra casa.










Alice no Pais das Maravilhas

Era uma vez uma menina chamada Alice. Numa tarde de verão, ela estava sob a sombra de uma árvore, ao lado de sua irmã mais velha, que lia um livro sem nenhuma figura. Achando aquilo muito chato, Alice foi ficando cada vez mais sonolenta quando, de repente, apareceu um coelho apressado com um enorme relógio exclamando:


- Hãaa!!! Nossa! É tarde, é tarde, é tarde, muito tarde!



O coelho entrou numa toca e a menina foi atrás. De repente, ficou tudo muito escuro e Alice sentiu que estava caiiindo, caiiindo, caiiindo num poço que parecia não ter fim.



Aí... de repente, plaft! Tinha caído sentada num monte de folhas secas. Olhando ao redor, ela viu uma pequena porta. Quis passar, mas não conseguiu, porque a porta era minúscula.



Havia por ali uma lata em que estava escrito "Coma-me". Abriu a lata mais que depressa e, vendo que eram biscoitos, começou a comer. Pra surpresa de Alice, quanto mais ela comia, menor ficava em tamanho. Foi ficando pequenininha, pequenininha e assim conseguiu passar pela portinha.



Saiu então num jardim onde viu flores falando e cantando. Isso a deixou super-admirada. Perguntou então às flores:



- Como posso crescer novamente?



- Siga em frente. Responderam em coro.



Alice obedeceu. Andou, andou, e encontrou em cima de um cogumelo um bichinho verde que lhe perguntou:



- Que deseja, menina?



Percebendo a tristeza de Alice, o bichinho verde disse:



- Coma do cogumelo, mas coma só do lado direito, senão você diminui.



Minutos depois de comer, Alice voltou ao seu tamanho normal. Muito feliz, ela levou consigo mais dois pedacinhos do cogumelo.



Sem rumo certo, Alice continuou a andar quando, inesperadamente, encontrou um gato risonho:



- Pode me indicar o caminho que devo seguir?. Disse a menina.



- Humm! Mas pra onde deseja ir? - perguntou o gato.



- Não sei!...



- Humm! À direita, mora o Chapéu; à esquerda, mora a Lebre de Março. Hãaa!. Tanto faz, menina, os dois são malucos, disse o gato.



- Maas, então, tenho eu que viver entre doidos?



- Humm! Humm! Dê trinta passos pra frente, trinta passos pra direita e mais trinta pra esquerda. Ali existe uma árvore que orienta.



Sem entender nada, mas levada pela intuição, Alice chegou na casa da Lebre de Março e viu a Lebre e o Chapéu tomando chá ao ar livre. Sentou-se à mesa com os dois.



- Mais vinho, Chapéu? - perguntou a Lebre.



- Oh! Oh! Oh! Sim, por favor, querida, um pouco mais de leite sem manteiga com casca de pão - respondeu ele.



Aturdida, sem entender nada, Alice saiu dali em disparada. Mais à frente, ela viu os soldados da Rainha de Copas pintando de vermelho as flores brancas que ali existiam.



- Mas por que estão pintando de vermelho as flores brancas?



- Plantamos flores brancas por engano. Como a Rainha só gosta de flores vermelhas, se não pintarmos as flores brancas de vermelho, ela manda cortar nossas cabeças, responderam eles.



No Reino de Copas, tirando essa maluquice toda, tudo corria normalmente. Um dia, porém, um soldado roubou da Rainha um pedaço de bolo. Foi preso pra ser julgado e condenado. E Alice, mesmo sem saber do acontecido, foi convocada pra testemunhar.



Estava pra se iniciar o julgamento, quando algo muito estranho aconteceu. Alice começou a crescer, a crescer... e ficou muito alta, com mais de um quilômetro de altura.



Os soldados então começaram a correr atrás dela pra expulsá-la do Reino, porque assim mandava a lei.



Nesse instante, Alice acordou e viu-se deitada no colo de sua irmã que lia um livro sem figuras. Ah, ah, ah! Felizmente, tudo tinha sido só um sonho!!!.







A Bela Adormecida

Era uma vez... um rei e uma rainha que desejavam muito ter um bebê. Um dia nasceu uma menina, a princesa tão desejada.

Quando ela completou um ano, o rei ofereceu uma festa convidando o dono das terras vizinhas, com seu pequeno filho.

Durante a festa, chegaram três fadas para presentear a princesa. A primeira lhe desejou beleza; a segunda lhe desejou formosura. Mas antes que a terceira pudesse dizer seu desejo, apareceu uma feiticeira e rogou uma praga:

- Quando completares 15 anos, menina, hás de espetar teu dedo num fuso e hás de morrer.

E, dizendo isso, desapareceu.

Diante do espanto de todos, a terceira fada falou:

- Não, a princesa não vai morrer. Cairá em sono profundo, porque esse é o meu desejo, e despertará, depois, com um beijo de amor.

O rei ficou muito assustado e ordenou que queimassem todas as rocas do reino pra livrar a princesa da maldição da bruxa.

Tempos depois... a jovem, que já tinha completado 15 anos, possuía todas as virtudes concedidas pelas fadas e era amada por todos. Um dia passeando pelo castelo chegou até a torre mais alta. Quando abriu a porta, deparou-se com uma velha fiando linho. Era a feiticeira, disfarçada.

A princesa ficou muito interessada, pois nunca tinha visto uma máquina como aquela e quis fiar também. Ao tentar, furou o dedo e logo adormeceu. O mesmo aconteceu com todos os habitantes do castelo.

As fadas logo, logo, ficaram sabendo do que tinha acontecido e correram para o castelo e levaram a princesa para seus aposentos. O príncipe foi logo, logo, avisado do que acontecera.

E a bruxa, sabendo que o príncipe tentaria salvar a jovem, quis esconder o castelo e fez crescer ao redor dele uma floresta, assim, de repente, num passe de mágica.

O príncipe partiu imediatamente pra salvar a princesa. Mas, ao chegar, deparou-se com a floresta fechando todos os caminhos. Desorientado, ele não sabia mais o que fazer, lembrou-se então das fadas e pediu-lhes ajuda. Estas fizeram então aparecer em suas mãos um machado.

E foi com ele que o príncipe abriu caminho e pôde entrar no castelo. Chegou à torre aproximou-se da princesa e a beijou. Ela despertou, linda, linda!.

Iniciava-se assim uma nova era de felicidade pra todos...






O gato que chora
O Orelha-Longa está deitado ao sol, a descansar. Sente-se preguiçoso. Estamos no Verão. A caça está fechada. Os passeantes só aparecem aos domingos. O guarda foi de férias e levou o seu cão Virgílio. O bosque está belo e calmo, só há folhas, só há silêncio. De repente, o Orelha-Longa espeta a orelha… Está alguém a chorar! Um rato põe a cabeça de fora de um tronco e diz:
— Não há dúvida!… É a voz de um gato.
Tal como os esquilos e os pássaros, o Orelha-Longa desconfia dos gatos. Eles rastejam e sobem às árvores sem o mínimo ruído. O rato acrescenta:
— Quando um gato chora assim, é porque está muito triste!
O Orelha-Longa hesita. O gato que chora talvez tenha caído numa armadilha dos caçadores furtivos.
— Com mil trevos! Este caso é um mistério! — resmunga o Orelha-Longa.
A tribo dos orelhudos tem o seu próprio metropolitano. Escava subterrâneos na areia. Cada toca tem várias saídas. O Orelha-Longa conhece-as todas. Assim ele pode aproximar-se, sem ser visto, do gato que chora.
— Com mil trevos! Eu conheço aquele gato — diz o Orelha-Longa. — É o Patafofa, o gato do criador de cabras.
O coelho aparece e diz:
— Vamos fazer as pazes!
O gato sobressalta-se e depois responde:
— Vamos fazer as pazes!
— Estás doente? — pergunta o Orelha-Longa.
— Não! — mia o Patafofa.
— Então, com mil trevos, porque é que choras?
— Amanhã — choraminga o gato — os meus donos vão visitar uns familiares que moram longe… Resolveram abandonar-me.
O gato não mentia. O criador de cabras e a mulher estão a meter muitas coisas em malas e sacos. Amanhã, muito cedinho, fazem-se ao caminho. Mas que será do gato deles? O Orelha-Longa não está nada contente. Quer ajudar o Patafofa. Um bode, algumas cabras e um cabrito pastam numa cerca.
— Com mil trevos!… Amanhã os teus donos também vão abandonar estas cabeças de chifres e estas tetas de leite? — resmunga o Orelha-Longa.
— Não! — mia o gato de olhos tristes… — Esta noite, as cabras vão para uma quinta do vale… Os meus donos precisam do leite para fabricar queijos…
— Queijos? — repete o Orelha-Longa.
De repente o coelho parece muito interessado.
— Os teus donos dormem com a janela aberta? — pergunta ainda Orelha-Longa.
— Sim, mesmo de Inverno! — diz o Patafofa.
Como sempre, quando quer reflectir, o Orelha-Longa põe-se de cabeça para baixo. Fecha os olhos. Nem um dos seus pêlos se mexe. Parece uma estaca com quatro patas, um rabo, bigodes e duas orelhas compridas.
O Patafofa está tão espantado, que se esquece de chorar. Acha que deve imitar este coelho acrobata.
Zás!… Atira as patas traseiras na direcção das nuvens. Catrapus!… Um grande trambolhão. O gato dá com o nariz no chão de folhas secas. Já não sabe se há-de rir ou chorar. Até tem uma vontade louca de fugir.
De súbito, o Orelha-Longa abre um olho e diz:
— Com mil trevos! Tenho uma ideia.
Na clareira, o Orelha-Longa reuniu a tribo dos focinhos bicudos e rabos compridos. Estão ali arganazes, musaranhos, ratinhos, e até um rato almiscarado que veio do rio. O Orelha-Longa pôs-se em cima de um montículo e fala. Abana as patas e a cabeça para se explicar melhor. As orelhinhas pardas estão atentas. A um canto, dois coelhos constroem uma escada com ramos descascados e cordel. Um mocho saiu de um buraco… Nunca viu tantos rabos compridos, tantos focinhos bicudos. Os seus grandes olhos fixos brilham de apetite. Gosta de comer ratos. O Orelha-Longa está satisfeito. Todos sabem o que têm a fazer. Só resta esperar pela noite.
Tudo dorme na casa do Patafofa. O criador de cabras e a mulher deitaram-se mais cedo do que é costume. No meio do pátio, o carro está pronto para partir. Os coelhos já puseram a escada debaixo da janela do quarto. A família dos rabos compridos sai do bosque e dirige-se a passos ligeiros para a quinta.
Uns atrás dos outros, os musaranhos, os arganazes, o rato almiscarado, e os ratinhos, sobem pela escada e correm pelo quarto escuro.
O Orelha-Longa foi ter com o Patafofa.
— Vamos sair pelo respiradouro! — diz ele ao ouvido do gato. — Temos de conversar.
De repente acende-se a luz do quarto.
Os donos da casa acordam sobressaltados.
— Hiii!… hiii! — berra a mulher, levantando os braços. — Hiii!…
Ratos!… Ratos por todo o lado!… No chão, em cima da cama, do guarda-vestidos, e da mesa de cabeceira…
O criador de cabras ficou com os olhos arregalados de surpresa. Um rato baloiça na ponta do fio do candeeiro. E além, à janela, dois coelhos fazem caretas… É incrível!
Nesse preciso momento, o gato da casa começa a miar diante da porta do quarto.
— Anda cá, anda cá, Patafofa! — grita a dona da casa.
O Patafofa empurrou a porta. Encurva o lombo e mostra os dentes como um gato zangado. Mas, esta noite, está só a fingir.
Tem mas é vontade de rir.
Tudo se passa como o Orelha-Longa previu. Os arganazes, os musaranhos, os ratinhos e o grande rato almiscarado, fogem pela janela, com os dois coelhos e a escada.
— Tu és um gato formidável! — grita a mulher.
— É verdade! — diz o criador de cabras. — Amanhã vais connosco… De certeza que lá também há ratos!
A dona do Patafofa vai à cozinha. Dá ao gato uma grande fatia de queijo e chouriço.
Na floresta, chegou finalmente a noite. No entanto, a clareira está iluminada. O Orelha-Longa trouxe as suas três lanternas e transformou três poleiros em candeeiros.
Os rabos compridos dançam um baile de roda à volta de um grande ouriço.
O mocho nem acredita no que vê. Nunca viu um ouriço tão esquisito. Nos picos estão espetados frutos que os focinhos bicudos vão roendo, todos contentes. Foi a prenda do Patafofa para agradecer a ajuda dos seus amigos.
— Missão cumprida! — murmura o Orelha-Longa, bocejando. Graças a ele, o Patafofa já não é um gato de olhos tristes. Esta noite vai dormir de coração feliz. Amanhã não será abandonado pelos donos. Pela primeira vez na sua vida de gato, o Patafofa vai viajar.





A coruja Julieta
Julieta, a coruja, é teimosa como mula e só segue o que lhe manda o seu nariz. Por isso os seus pais passam a vida a dizer-lhe que ela faz tudo de pernas para o ar. Ao contrário das outras corujas, dorme de noite e brinca de dia.
O pai e a mãe bem se cansaram de lhe explicar que ela é um animal “noctívago” e por isso, como qualquer coruja que o seu nome não suja deve descansar enquanto o sol alumia para, mal a lua vem para a rua, estar alerta para a presa caçar, de garra crua.
Mas Julieta não quer saber e amua.
Os ponteiros do seu relógio trocaram o passo e quando os pais chegam da caçada, arcando no corpo muita maçada, para descansar, no tronco oco do velho salgueiro, é a vez de a Julieta largar o ninho, indo embora com a aurora.
A corujinha tem mais amigos em toda a floresta que pernas tem uma centopeia.
O papá e a mamã até arrancam as penas quando descobrem que a Julieta se dá muito bem com uma família de arganazes recém-instalados num extremo da floresta.
Uma desonra para uma coruja honesta!
É que toda a gente sabe que as corujas caçam os tais de arganazes, mais os musaranhos e outros animais dos mesmos tamanhos. Mas não, a menina Julieta só segue o que manda o seu nariz. Ela prefere contentar o bico com magros insectos e minúsculos vermes da terra, tornando-se companheira de brincadeira dos pequenos animais do campo. Uma vergonha maior que cegonha.
Ontem, alguém a viu num voar rasteiro ao prado, esvoaçando uma comprida fita presa nas suas patas, à qual se agarravam os pequenos arganazes da família Roiganaz, rindo a bandeiras despregadas. Que figura mais tola!
Até os laparotos do senhor e senhora Coelho quiseram fazer o seu baptismo do ar servindo-se da fita presa nas patas da coruja. Toda a gente levou as mãos à cabeça.
— Três caçapos para levantar voo é muita areia numa avioneta! — exclamou a Julieta, rindo.
Hoje de manhã, enquanto os seus pais ressonam no ninho, a Julieta toma um banho na companhia dos seus amigo musaranhos, enquanto escutam as lérias da pega Amélia.
De tarde, vamos encontrar a nossa amiga em grande tagarelice com a família Ratónio, que comenta comicamente o movimentado baptismo do ar dos intrépidos caçapos.
— Podemos fazer montanhas de amigos quando saímos de dia! — diz ela para os seus pais.
Ah! Deus assim quis: que Julieta só siga o seu nariz!



A casa de madeira
Pelo Outono, a rata Alina ouvira dizer que o seu bom velho amigo, o texugo Norberto, morava agora numa casa algures na montanha. Há muito tempo que Alina não via Norberto. Nos últimos dias, desde que a neve começara a cair, Alina pensava muito nele, na sua agradável voz resmungona, na sua presença calorosa e reconfortante e na sua grande colecção de livros, que ele muitas vezes lhe lera.
“A casa do Norberto, lá na montanha, de certeza que agora tem luz, é quente e confortável”, pensou a ratinha, e naquele momento a sua toca começou a parecer-lhe apertada e abafada. No dia seguinte, tomou uma decisão:
— Vou ter com o Norberto! Não sei ao certo onde mora, mas não deve ser assim tão difícil de encontrar.
Alina calçou as botas quentes de ratinha, vestiu um casaco grosso de lã e pôs-se a caminho. Foi subindo a montanha, cada vez mais para cima, pela neve funda. Por pouco não dava com a casa do texugo! A noite já estava a chegar e ela ainda à procura do caminho através do bosque. E, para mais, começara a cair um nevão! Mas a ratinha não era medrosa.
“Se não encontrar hoje a casa do texugo, cavo um buraco fundo na neve”, pensou ela, “e assim não fico gelada…”
Mas, por fim, lá acabou por encontrar o caminho para fora do bosque, e viu à sua frente, num declive, a casa do texugo!
Era de madeira. Nas janelas brilhava uma luz amarela e quente e, da chaminé alta, saía um longo rasto de fumo que balançava ao vento.
Alina juntou as últimas forças e correu em direcção à casa. Claro que o texugo se alegrou imenso com a sua chegada. E ambos passaram um Inverno maravilhoso e confortável na casa de madeira, longe de tudo, lendo e conversando…




De quem é este chapéu?

Era Verão outra vez.
Milly e Molly tinha terminado o piquenique quando um grande chapéu de palha castanho apareceu a voar pela praia.
— De quem será? — perguntou Milly.
— Anda, vamos descobrir — sugeriu Molly.
Não foi preciso perguntar aos dois meninos que cavavam buracos na areia. Viam-se as pontas dos seus chapéus.
O chapéu de palha não era deles.
Não foi preciso perguntar ao pescador, que estava sentado numa rocha. Ele tinha o boné bem enfiado na cabeça. O chapéu de palha também não era dele.
Não foi preciso perguntar à senhora que estava a encher o cesto com algas. Ela tinha a mão em cima do seu chapéu pois o vento queria levá-lo. O chapéu de palha também não era dela.
Não foi preciso perguntar às meninas que construíam castelos na areia. Elas tinham os chapéus presos com uma fita debaixo do queixo. O chapéu de palha também não era delas.
Não foi preciso perguntar às pessoas que apanhavam sol e mexiam os pés. Estavam debaixo de um grande chapéu-de-sol e não precisavam de proteger a cabeça. O chapéu de palha também não podia ser delas.
Não foi preciso perguntar ao senhor de bengala. Ele tinha o cabelo revolto a sair debaixo do seu gorro. Não era dele.
Não foi preciso perguntar aos surfistas. Eles tinham creme no nariz e os cabelos ao vento. De certeza que não era deles.
E dos quatro mergulhadores?
Na areia estavam quatro pares de botas mas apenas três chapéus!
Será que o chapéu de palha era de um deles?
Milly e Molly colocaram o grande chapéu de palha por baixo do quarto par de botas e correram para junto do seu cesto de piquenique.
No caminho para casa, passaram por várias pessoas, umas com chapéu, outras sem chapéu.
— Espero que tenhamos encontrado o dono certo — disse Milly.

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